Balsaminaceae
Final de Outono
Em seu adeus, o fim do outono ainda deixou
A cor, que ludibria a câmera
Duas jóias escondidas
E a gestação.
A alegria dos rebentos
E a lágrima.
A simples e bela
O permufe suave
A folha, lilás e branca
E as pequenas graciosas
A folha vermelha
A flor da flor
Venerando o Sol
E o voo…
Impatiens – variedades
Espero que logo possam fazer parte desse cenário.
Impatiens-3D
Adversidade (fácil é…)
Sábia Natureza.
Fácil é… prosperar quando o solo é fértil.
Protandria em Impatiens
Resta então o fruto que desenvolverá as sementes… ou se perderá.
A ocorrência da fecundação depende de interações e sincronismo que a natureza vem cuidando de manter através dos tempos.
Mas em qual momento ocorre a polinização?
Voltemos alguns quadros. Quando a flor abre (antese) pode-se notar que há no centro uma pequena protuberância, uma espécie de cápsula com uma fenda. Abaixo dela vemos a entrada do tubo nectário.
Nessa estrutura encontram-se as anteras, de onde são gerados os grãos de pólen. Com a antese, a fenda das anteras começa a abrir (deiscência das anteras) e só então ocorre a liberação do pólen.
Pouco no início, a liberação passa a aumentar e após 24 horas já é abundante: a flor parece viver uma fase totalmente masculina.
A polinização é a transferência dos grãos de pólen das anteras para os estigmas – parte do órgão masculino (androceu) e feminino (gineceu) da flor.
Mas onde estão os estigmas? Como polinizar manualmente a flor de Impatiens?
Cerca de quarenta e oito horas depois da abertura da flor, o segredo começa a ser desvendado.
A estrutura das anteras e todo o androceu entra em colapso e, em um sobressalto, revela que ele próprio recobria sua porção complementar: vemos então o carpelo (estigma, estilete e ovário).
A estrutura masculina, que recobria a feminina, rompe-se da flor em sua base e começa a desidratar-se iniciando uma ruptura longitudinalmente, de baixo para cima, até que se desprenda definitivamente como se fosse ejetado.
É quando podemos ver um carpelo novo em flor, com um estigma ainda não receptivo: a flor parece viver agora sua fase feminina.
O estigma começa então a abrir-se como uma flor em miniatura.
O surgimento da “flor” de uma flor é o sinal para a polinização.
A maturação do estigma ocorre bem depois da maturação do grão de pólen: você presenciou a protandria em Impatiens.
Esses processos que dificultam a fecundação de uma flor pelo seu próprio pólen são mecanismos de auto-incompatibilidade. Eles têm sustentação no modelo evolucionário.
As várias faces de Impatiens
A extrema facilidade de enraizamento – uma única folha colocada em água gera raízes em pouco tempo – aliada a um sistema eficaz de dispersão de suas sementes já a colocariam como candidata em qualquer lista de invasoras potenciais. Junte-se a isso o clima favorável que encontrou por aqui e mais uma planta introduzida avança sobre matas e parques brasileiros.
Em Invasões Biológicas – Conservação da Biodiversidade – USP, vemos um gráfico (pág. 17) que mostra seu avanço desenfreado sobre a mata nativa, sem qualquer indício de que a fase de estabilização tenha iniciado. De fato, até mesmo a fase de naturalização não está bem delineada: a planta parece ter entrado direto na fase de invasão, sem escalas.
Andei “arrecadando” Impatiens de cores variadas diretamente das matas invadidas, em um raio de mais ou menos 300 km. É comum ver quilômetros seguidos das margens das rodovias sendo coloridas por beijos.
Mudando de lista… quão bela uma invasora pode ser?
Impatiens
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