A desintegração do cometa C/2012 S1 (ISON)
Esse é o resumo do IAU (International Astronomical Union) sobre a saga do S1.
Uma frota de sondas espaciais acompanhava os eventos de vários ângulos, mas a SDO (Solar Dynamics Observatory), que detinha a melhor resolução, não foi capaz de registrar o cometa que já chegou ao seu campo de visão sem um núcleo ativo.
Abaixo, uma animação contendo 103 fotos da câmera LASCO C3 do SOHO (Solar and Heliospheric Observartory), entre 27-nov 02:30 UTC e 01-dez 08:30 UTC, mostra a drástica transformação de um cometa em uma nuvem de poeira.
Links externos:
CBET 3731 – IAU
ESA/NASA/SOHO
Vídeos:
CIOC – STEREO-A e B

LASCO C3 – 27-nov-2013 02:30 UTC / 01-dez-2013 08:30 UTC, intervalo ~1 hora; Crédito: ESA/NASA/SOHO
Esta é a imagem obtida pelo coronógrafo do SOHO (aparelho usado para observar a coroa solar). O círculo azul central é usado para ocultar o Sol. A circunferência branca traçada nesse círculo indica a posição e tamanho do Sol e o traço escuro visto no primeiro quadrante é a haste que fixa esse círculo. Esta sonda faz uma órbita em torno de um ponto que fica entre a linha que une o Sol e a Terra, chamado de ponto L1 de Lagrange, que fica ~4 vezes mais distante da Terra que a Lua.
O Sol, oculto pelo disco, é o nada tranquilo objeto responsável pelas explosões que irradiam do centro – as chamadas CME’s (Coronal Mass Ejections).
O campo de estrelas que é visto ao fundo desloca-se à medida que a nave gira em torno do Sol, ~1 grau por dia. Como tem o mesmo período da Terra, o mesmo campo de estrelas tornará a surgir nas imagens após uma órbita, ou seja, um ano.
A estrela mais brilhante que aparece na metade inferior da imagem é Antares, alfa de Escorpião. Ela apresenta um traço horizontal (lembra o planeta Saturno) que é característico do sensor quando a luminosidade do objeto é acima de um dado valor. Esse mesmo traço surge também no cometa justamente durante o aumento do brilho que é tido como início da ruptura do núcleo (~15:00 UTC, 27-nov).
Os pequenos riscos e “chuviscos” que aparecem na imagem são provocados por partículas eletricamente carregadas quando atingem o sensor. Elas são provenientes principalmente do Sol.
Durante a desintegração, o núcleo deixa um rastro de detritos que aparece como um traço brilhante acima da cauda do cometa e que, ao contrário da cauda, marca muito precisamente a órbita traçada pelo cometa.
Três horas antes do periélio, o núcleo do cometa já não era mais ativo. Isto marca o fim da desintegração que, na imagem, acontece momentos antes de ser ocultado pelo disco.
A parte mais densa da nuvem de poeira que surge do outro lado do disco, após o periélio, segue a órbita original do cometa. O HST (Hubble Space Telescope) está programado para fotografar esse objeto em meados de dezembro.