Fotos que contam histórias

Spathi
Coenagrionidae

Libélula (donzelinha)

Há seis meses, quase noite, encontrei uma delicada libélula pousada em um pequeno ramo de roseira.

Quando não sabemos se o que queremos fotografar ainda estará lá para uma segunda ou mais exposições, em geral as fotos iniciais são apenas para termos algum registro do momento. A idéia é começar com fotos de longe, para não espantar o precioso motivo, ainda mais quando esse tem asas!

E essa foi tão rápida que a segunda foto mostrou apenas o ramo da roseira. Fiquei apenas com a primeira foto que, bem, não passou mesmo de um registro…

Seis meses depois, já nos avançados momentos do entardecer, vejo o voo sorrateiro da libélula que, passando sobre a superfície de água do aquário, procura a ponta de um ramo qualquer, talvez para pernoitar.

Impressiona a precisão do trajeto. Linear. Calmo. A fraca luz, a água, o puro negro recortado por verde e azul da libélula em seu voo silencioso. Um instante de perfeição. O desejo de fotografar não é inadiável.

Às vezes o que precisamos é apenas aguardar.


O ângulo da foto (perfil) gerou um efeito curioso sobre os olhos da libélula, que mesmo sendo grandes passam despercebidos. A linha que separa a coloração preto/verde atravessa horizontalmente a região dos olhos quase pelo meio. Se observar bem, o olho esquerdo da libélula aparece como uma “gota” (desfocada) cuja metade superior é preta e a inferior é verde.

É uma Ischnura sp., ordem Odonata – compreende as libélulas (Epiprocta“dragonflies”) e “donzelinhas” (Zygoptera “damselflies”) – família Coenagrionidae. Dentre as diferenças, as donzelinhas são menores, possuem os olhos separados e assumem a postura com as asas junto ao abdome quando pousadas.

Avançando um pouco mais, considero tratar-se de um macho da espécie Ischnura capreolus.

Mais:

Biodiversity and Ecosystem Informatics Lab, University of Massachusetts

Dados

Macho
Fêmea

Foto (macho):